Vale a pena investir onde o lucro é maior, e no Brasil as operadoras parecem ter carta branca pra decidir sobre tarifas na telefonia móvel.
A imagem arranhada das teles vem sendo construída há anos, com a proibição na venda de chips, foi consolidada a crise no setor e evidenciou os problemas que os consumidores já percebiam há muito tempo.
A publicidade e o marketing são as melhores armas destas operadoras, fazem lindas propagandas evidenciando um sonho de consumo, mostrando facilidades e preços baixos, quando o trabalhador finalmente investe em uma operadora de sua escolha se depara com uma realidade muito diferente. Os preços são absurdos, as promoções são validas apenas em ligações para aquela mesma operadora, com possibilidades muito restritas. Aí o consumidor entra em contato com o call center e o atendimento muda, não mais recebe um bom atendimento, depois que a compra é efetuada o atendimento passa para outro setor. Tarde demais, não é possível voltar atras, o cliente está preso em um contrato de 1 ano.
Aí eu pergunto: Por que as operadoras não permitem que seja feito um contrato teste, assim como as empresas fazem quando contratam um novo funcionário, estipulam 3 meses de experiência, para aí sim firmar acordo, ou não!
Neste texto abaixo o presidente da OI, Francisco Valim, reclama do faturamento, dizendo que ” Para cada real que cobro do cliente, apenas R$ 0,50 chegam ao bolso da Oi”, criticou. Como se fosse um faturamento baixo, sendo que o valor cobrado por minuto nas tarifas de interconexão ultrapassa um real. Valim ainda acrescenta que “não enxerga um horizonte de consolidação expressiva do setor de telecomunicações brasileiro, dominado por gigantes”.
Com crise mundial, Oi engaveta plano de internacionalização
Presidente da operadora afirma que foco é mesmo o Brasil, descarta mais consolidação no setor e diz que imagem das teles foi arranhada
Com a crise mundial no radar, o Grupo Oi mudou de estratégia e engavetou seus planos de expansão internacional. Em entrevista à ‘Agência Estado’, o presidente da Oi, Francisco Valim, deixa claro que o foco está no Brasil, descarta consolidações no setor e admite também que as operadoras saíram com a imagem arranhada da suspensão da venda de novos chips pela Anatel.
“Agora para nós, internacionalização é Bangu, Arapiraca, São Gonçalo, Niterói, Xorroxó”, brincou o executivo. “Dadas as condições do cenário global, R$ 1 investido no Brasil crescendo rende mais que o mesmo em um país andando de lado.”
O plano 2012-2015 da Oi prevê uma expansão de 10% a 15% ao ano de Unidades Geradoras de Receita (UGRs, ou contas por serviço) no País. À frente da companhia há 14 meses, Valim vem construindo uma gestão descentralizada, com estratégias regionais para brigar por mais espaço no disputado mercado doméstico. Isso inclui ter presença física para elevar a percepção da marca: a operadora chegou ao varejo este ano e terá 200 lojas no País até dezembro.
Do ponto de vista de serviços, o executivo enxerga potencial para crescer em banda larga (fixa ou móvel), telefonia celular e TV por assinatura, nessa ordem. A ideia é vender mais para os mesmos clientes – com pacotes de serviços -, aumentando a receita da Oi por domicílio. Para isso, será preciso investir para aumentar a cobertura e a qualidade da rede do grupo.
Após passar por uma delicada reestruturação societária, a Oi faz questão de apresentar um balanço dos seis primeiros meses de seu plano de R$ 24 bilhões para os próximos quatro anos. Entre eles, a expansão de 27% no número de usuários pós-pagos (para 7,245 milhões). A operadora passou a deter uma fatia de 15% no segmento em agosto.
Na TV por assinatura, a Oi saiu de 170 mil para meio milhão de assinantes desde janeiro, e espera um salto com o lançamento do serviço IPTV (TV paga via protocolo de internet), em novembro, onde o cobre será substituído pela fibra óptica (FTTH, ou fiber to the home). O potencial é atingir uma velocidade de até 200 megabits por segundo (Mbps) com a fibra.
Apesar de comemorar resultados, Valim assume que a ação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre o setor – com a suspensão da venda de chips em julho – trouxe danos à imagem das operadoras.
Segundo ele, a agência quis dizer que era preciso arrumar a casa, mas deixou o setor exposto. “Para quem está no fogo, qualquer calor esquenta”, diz.
Na época, Oi, Claro e TIM tiveram de apresentar um plano de metas de qualidade à Anatel. Segundo Valim, a intervenção mudou apenas marginalmente o planejamento original da companhia, invertendo algumas prioridades.
Sobre o efeito econômico da suspensão das vendas de chips, ele diz que ele será avaliado na divulgação do balanço do terceiro trimestre, em novembro. “Para a Oi, os desdobramentos são de menor monta. (…) O impacto está contido, não foi algo que abriu um rombo”, garante.
O executivo diz que a equação preço baixo, velocidade alta e qualidade é quase inatingível, principalmente em um setor que “paga 50% de imposto” e demanda investimentos intensivos. “Para cada real que cobro do cliente, apenas R$ 0,50 chegam ao bolso da Oi“, criticou, lembrando que as margens das empresas de telecomunicações caíram de um patamar de 50% em 2000 para cerca de 30%.
Consolidação
Francisco Valim não enxerga um horizonte de consolidação expressiva do setor de telecomunicações brasileiro, dominado por gigantes como Telmex (Claro), Telefônica (Vivo) e Telecom Itália (TIM), além da Oi.
“Não tem ninguém pequenininho. Quando a Anatel fala em metas de competição, qualquer coisa para facilitar a vida de um em detrimento de outro é uma piada. Por que eu tenho de facilitar a vida do mexicano, do espanhol ou do italiano?”, diz.
Apesar disso, a Oi não descarta avaliar qualquer oportunidade de aquisição que possa acelerar seus planos. É o caso da GVT, cujos ativos no Brasil foram postos à venda por sua controladora, a francesa Vivendi. “Todo mundo tem de olhar. Se haverá interesse ou não, depende das condições”, disse. Uma eventual aquisição não estaria incluída no plano de R$ 24 bilhões.
Fonte: ESTADÃO